Iphan apresenta projetos de restauro dos Casarões de Paranaguá

Após a restauração, os imóveis funcionarão como espaço para promover e difundir referências culturais caiçaras.

 
Iphan apresenta projetos de restauro dos Casarões de Paranaguá à SPU

O Iphan apresentou projetos para a restauração dos Casarões de Paranaguá (Casa do Brasão e Casa do Portão de Ferro), localizados na Rua da Praia.

A proposta do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, autarquia vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo) foi recebida pela Secretaria de Patrimônio da União (SPU), proprietária de ambos os casarões, na última segunda-feira (06). 

Também participaram do encontro a Coordenação do Patrimônio Cultural do Estado do Paraná, a Prefeitura de Paranaguá e o escritório de arquitetura responsável.

Após a conclusão das obras, os imóveis devem abrigar a Casa da Cultura Caiçara, espaço de promoção e difusão de referências culturais, sobretudo o Fandango Caiçara. 

O local contará com tablado e infraestrutura de som e luz destinada à realização de bailes e apresentações de Fandango, além de salas multiuso para oficinas, biblioteca, espaço expositivo e sala para a comercialização do artesanato local. 

O objetivo é que o espaço seja cedido pela SPU à Prefeitura Municipal e administrado de forma participativa por grupos de detentores e instituições parceiras.

A gestão compartilhada é trabalhada desde o planejamento, que também foi permeado pela participação de diversos atores. 

O projeto contou com o acompanhamento, avaliação e consultoria de uma comissão formada por: 

– Sete grupos locais de Fandango Caiçara;

– Professores do Instituto Federal do Paraná (IFPR);

– Da  (UFPR) Universidade Federal do Paraná e da (Unespar) Universidade Estadual do Paraná;

– Gestores da Secretaria de Cultura e Turismo de Paranaguá (Secultur), junto com equipe multidisciplinar de servidores do Iphan. 

O novo uso dos casarões foi decidido a partir de debates entre os entes parceiros.

“A necessidade de restauro foi trazida ao Iphan pela própria SPU, proprietária dos imóveis. Para o Instituto, é um privilégio participar dessa iniciativa exemplar de articulação institucional e de engajamento da sociedade”,

afirma Rosina Parchen, superintendente do Iphan no Paraná.

O Centro Histórico de Paranaguá

Cidade portuária, Paranaguá foi o primeiro núcleo urbano no estado do Paraná. 

O Centro Histórico, tombado pelo Iphan em 2009, apresenta importantes exemplares da arquitetura colonial brasileira, como as construções da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas e o Colégio dos Jesuítas. 

Destaca-se, ainda, o conjunto de sobrados da Rua da Praia, e as influências do neoclassicismo, observadas no Palacete Visconde de Nácar. 

A cidade desenvolveu-se em torno da atividade portuária, que antes da instalação do atual Porto D. Pedro II, na Baía de Paranaguá, estava concentrada na Rua da Praia, junto ao Rio Itiberê.

O Fandango Caiçara

O Fandango Caiçara é Patrimônio Cultural do Brasil desde novembro de 2012. 

Expressão musical-coreográfica-poética e festiva que ocorre no litoral norte do estado do Paraná e litoral sul do estado de São Paulo, possui um conjunto de práticas que envolvem trabalho, divertimento, religiosidade, música e dança, prestígios e rivalidades, saberes e fazeres. 

É uma prática de reiteração de identidade e determinante dos padrões de sociabilidade local.

Para as comunidades rurais e de pescadores estabelecidas neste território, o lugar do fandango em suas vidas vincula-se à organização do trabalho comunitário – o mutirão – e também, a todo conjunto de laços de sociabilidade produzidos na região. 

O fandango está presente em casamentos e batismos, festas de santos padroeiros e aniversários, e nas alianças de ajuda mútua. 

Nos mutirões para o trabalho na terra, para erguer uma casa, “varar” uma canoa, fazer um lanço de tainha, ou nos preparativos para um casamento, o fandango era uma das contrapartidas oferecidas, junto com alimentação farta ao longo do dia e da noite, criando um circuito de trocas “intercomunitárias” muito sólidas.

Fonte: Iphan

 

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